Muito tempo sem escrever. Muito mesmo. Eu escrevia antes pra colocar alguns sentimentos pra fora, mesmo que, de alguma maneira, todos ainda continuassem dentro. Pelo menos eu tentava e era uma terapia interessante.
Hoje escrevo novamente - não sei se com periodicidade - porque ontem a noite, algo muito simples me ocorreu.
Tenho uma pessoa de verdade, uma mulher de verdade, há um pouco mais de seis meses. E esqueça toda aquela merda que eu já escrevi aqui sobre ter alguém, sobre alguém ou sobre amizade. De verdade, esqueça completamente tudo sobre essa gente que nunca me fez bem voluntariamente. E isso de amizade é algo que talvez eu fale mais tarde. Foda-se. Posso encher o peito, pulmões, cérebro, coração e desviar todo sangue do meu corpo para uma área específica; e não será o bastante, pra gritar o quanto me sinto realizado de verdade, e idiota por ainda pensar que é tudo um sonho.
Com essa mulher eu pude relembrar meus valores infantis, o jeito como eu sonhava em um dia me apaixonar, a reciprocidade, o carinho, todo o lance de amar e ser amado de volta.
Não escondo o quanto sofri por um lado, o quanto e o que perdi, mas também não especifico. Hoje fico aliviado por ter perdido tanta gente. Gente que, mais cedo ou mais tarde, ia acabar me fodendo, quem sabe. Fico aliviado por ter percebido tudo a tempo e poder, também, ver meus leais amigos de volta comigo. Que eu, de alguma maneira muito imbecil, tinha deixado de lado. Aqueles poucos e necessários, como eu costumava contar nos dedos de uma mão só, e agora o faço novamente com todo sorriso que esses dentes concertados podem conceber. Não perdi gente só pelo motivo do início do ano, também perdi gente durante o decorrer do ano e por simplesmente essas pessoas se mostrarem autodescartáveis de repente.
Os dois últimos parágrafos foram sobre a amizade que eu talvez falaria mais tarde. Só pra me esclarecer.
Descobri outra coisinha e espero ser breve sobre isso: eu queria, com toda força, que eu tivesse conhecido você primeiro. Queria te fazer a primeira do início ao fim. Queria não ter sofrido antes e não ter usado escada nenhuma até você. Queria também que você não tivesse conhecido ninguém antes de mim, absolutamente ninguém! Queria ter sido escolhido e conquistado desde sempre. Só eu! Eu! Queria ter participado dos tempos de aparelho, monocelha, peitos dentro do vestido de formatura da 8ª série, primeiro beijo, primeira vez, primeiro sorrisi bobi, primeira briga por ciúme. E ciúme, o meu ciúme é do tamanho do universo sob a perspectiva de Douglas Adams. E isso nunca vai mudar, porque eu não quero que mude. Quero sentir ciúmes sempre de você e depois te amassar na cama pra você ver como é.
Te amar como uma criança inocente... te abraçar pra sempre. Como eu cresci destinado à você, de alguma forma, quero te fazer sempre minha, e criaremos o nosso próprio mundo feliz. Só nosso, só nosso! Nosso! Nosso!
Ah! A Malu te mandou um beijo, amor.
Eu te amo.