domingo, 28 de outubro de 2012

Primeiro texto onde aparece seu nome, Malu

Muito tempo sem escrever. Muito mesmo. Eu escrevia antes pra colocar alguns sentimentos pra fora, mesmo que, de alguma maneira, todos ainda continuassem dentro. Pelo menos eu tentava e era uma terapia interessante. 
Hoje escrevo novamente - não sei se com periodicidade - porque ontem a noite, algo muito simples me ocorreu. 
Tenho uma pessoa de verdade, uma mulher de verdade, há um pouco mais de seis meses. E esqueça toda aquela merda que eu já escrevi aqui sobre ter alguém, sobre alguém ou sobre amizade. De verdade, esqueça completamente tudo sobre essa gente que nunca me fez bem voluntariamente. E isso de amizade é algo que talvez eu fale mais tarde. Foda-se. Posso encher o peito, pulmões, cérebro, coração e desviar todo sangue do meu corpo para uma área específica; e não será o bastante, pra gritar o quanto me sinto realizado de verdade, e idiota por ainda pensar que é tudo um sonho.
Com essa mulher eu pude relembrar meus valores infantis, o jeito como eu sonhava em um dia me apaixonar, a reciprocidade, o carinho, todo o lance de amar e ser amado de volta. 
Não escondo o quanto sofri por um lado, o quanto e o que perdi, mas também não especifico. Hoje fico aliviado por ter perdido tanta gente. Gente que, mais cedo ou mais tarde, ia acabar me fodendo, quem sabe. Fico aliviado por ter percebido tudo a tempo e poder, também, ver meus leais amigos de volta comigo. Que eu, de alguma maneira muito imbecil, tinha deixado de lado. Aqueles poucos e necessários, como eu costumava contar nos dedos de uma mão só, e agora o faço novamente com todo sorriso que esses dentes concertados podem conceber. 
Não perdi gente só pelo motivo do início do ano, também perdi gente durante o decorrer do ano e por simplesmente essas pessoas se mostrarem autodescartáveis de repente.
Os dois últimos parágrafos foram sobre a amizade que eu talvez falaria mais tarde. Só pra me esclarecer. 
Descobri outra coisinha e espero ser breve sobre isso: eu queria, com toda força, que eu tivesse conhecido você primeiro. Queria te fazer a primeira do início ao fim. Queria não ter sofrido antes e não ter usado escada nenhuma até você. Queria também que você não tivesse conhecido ninguém antes de mim, absolutamente ninguém! Queria ter sido escolhido e conquistado desde sempre. Só eu! Eu! Queria ter participado dos tempos de aparelho, monocelha, peitos dentro do vestido de formatura da 8ª série, primeiro  beijo, primeira vez, primeiro sorrisi bobi, primeira briga por ciúme. E ciúme, o meu ciúme é do tamanho do universo sob a perspectiva de Douglas Adams. E isso nunca vai mudar, porque eu não quero que mude. Quero sentir ciúmes sempre de você e depois te amassar na cama pra você ver como é. 
Te amar como uma criança inocente... te abraçar pra sempre. Como eu cresci destinado à você, de alguma forma, quero te fazer sempre minha, e criaremos o nosso próprio mundo feliz. Só nosso, só nosso! Nosso! Nosso!
Ah! A Malu te mandou um beijo, amor.

Eu te amo.

sábado, 14 de abril de 2012

Vestido usado como tapete

Vou aproveitar essa música viciante e o fato de estarem lendo esse diário esquecido e angustiado, pra soltar algumas palavras e atualizar pra mim - somente pra mim - meus dias.
Há algum tempo que me libertei daquelas lembranças, das quais o motivo já foi dito aqui, e foi um momento muito satisfatório. Uma batalha vencida. Antes disso ou um pouco depois - não importa - comecei a ler As Crônicas de Nárnia. Eu amo me perder naquele lugar todos os dias e não querer voltar mais. Agora também faço parte de uma banda. Quem diria! Fui convidado e agora canto. Recentemente conheci gente. Boa gente. Hoje me fizeram calmo, ainda me sinto dopado; mas um peso de cabeça veio junto com isso. Não importa. 
Apesar de toda essa loucura desprendida por aqui, me sinto totalmente bem. Tô tranquilo, tô paciente, pensativo, otimista e sonolento (no momento).
Um pouco do que tô ouvindo: 

(...)
You're the words
When I have nothing to say
And in this world
Where nothing else is true
Here I am
Still tangled up in you
I'm still tangled up in you
Still tangled up in you
 
 
Obrigado por ler essa bagunça, Lai. 
 
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Potato Head

Eu estive esperando atentamente por isso. Pode ser cedo pra minha idade dizer dessa forma, pode mesmo. Mas não é cedo pra cada pedaço comido que restou no lado esquerdo do corpo. 
Venha e permaneça. Eu tenho problemas lombares e agora estomacais. Cuide de mim. Fique e escove meus dentes. Fique e me engorde. Me ame; me cuide. 
Duas cabeças ligeiramente maiores do que deveriam ser podem amar melhor do que duas cabeças normais.

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Eu tenho um coração em mãos. Na verdade, um em cada.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Algum tipo de metáfora

Imagine dois caminhos: um caminho chamado Vida Boa e o outro chamado Vida Ruim. Logo na entrada existem duas placas, uma em cada caminho, com instruções sobre o percurso. Durante a Vida Boa tudo é muito bom, tudo é muito fácil. As coisas vêm fácil e permanecem, os amores têm rótulo e não existem contraindicações, não é preciso sofrer por nada. Só existe alegria barata e sorrisos estampados. No fim, sem grandes esforços, você morre. Simplesmente morre.
Qualquer um poderia pensar que passar por um caminho chamado Vida Ruim seria uma perda de tempo, uma atitude tola. Até que alguém percorreu a estrada. Foi tudo muito difícil e complexo - ao contrário da Vida Boa. O sujeito não tinha dado nem cinco passos e caiu. Levantou-se, caminhou mais um pouco e caiu outra vez. Com as quedas aprendeu a desviar dos buracos da Vida Ruim, aprendeu que andar na mesma direção o tempo todo é pedir pra se machucar. 
Ao decorrer da estrada, encontrou outras pessoas que também escolheram a Vida Ruim. E outras e outras. Continuaram a caminhada juntos. Ninguém mais precisou cair ou tomar decisões sozinhos, agora tinham uns aos outros. Passaram a se chamar de amigos. 
Uns se tornaram mais que isso e passaram a ser chamados de amores. E assim prosseguiram. Conquistaram lembranças, sonharam e realizaram seus sonhos, constituíram família, educaram bons filhos. As coisas ainda são difíceis; cada dia é como uma batalha pela vida. Finalmente, cada um tinha sua vasta coleção de batalhas vencidas, conquistas, coisas pelas quais seriam lembrados. Morreram todos. Mas acho que a palavra não se encaixa, diria que todos só deixaram de percorrer a Vida Ruim. Afinal, desvendaram o sentido de entrar em um lugar onde tudo é mais difícil, onde até o próprio nome espantaria qualquer um que tentasse. Deram o primeiro passo confiantes de si. Terminaram como guerreiros, como sobreviventes, fortes e felizes.